na porta daquela casa
de parede azul
de janelas laranjas
nasceu um pé
de amor-sincero
não se sabe quem plantou
quem regou
quem viu crescer...
mas está ali
não se pode negar
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Virar homem
O pequeno menino lobo, meu querido peter pan...
Como vai você?
Te vejo sempre quando ainda tenho sono... e você parece tão desperto... ali, na primeira fila, ali, atento.
Mas eu te vejo e demoro de te reconhecer...
Onde você foi morar? Mudança... Sei como é morar na mudança...
Cortou os cabelos, escolheu bonitos óculos, roupas que cobrem bem o corpo, escondem qualquer indicio...
Onde anda você, menino?
Onde é que você mora agora?
Ali dentro... quando eu te escuto...só quando você sai de dentro de você. Só quando você canta e mesmo assim... até sua canção mudou.
Você me diz:
Escolhi ser homem.
Mas tu é mesmo e sempre foi, querido, um homem de família...
Como vai você?
Te vejo sempre quando ainda tenho sono... e você parece tão desperto... ali, na primeira fila, ali, atento.
Mas eu te vejo e demoro de te reconhecer...
Onde você foi morar? Mudança... Sei como é morar na mudança...
Cortou os cabelos, escolheu bonitos óculos, roupas que cobrem bem o corpo, escondem qualquer indicio...
Onde anda você, menino?
Onde é que você mora agora?
Ali dentro... quando eu te escuto...só quando você sai de dentro de você. Só quando você canta e mesmo assim... até sua canção mudou.
Você me diz:
Escolhi ser homem.
Mas tu é mesmo e sempre foi, querido, um homem de família...
O interior do meu avô
- Trás um requeijão
- E uma goiabada
- Trás um bolo de rolo
- Trás uma marmelada
- Não tem essas coisas lá não...
- E tem o que?
- Só lembro mesmo da cereja e dos morangos. Mas deve ter algum doce. Eu trago o que tiver.
- Onde é mesmo que você vai? E fica onde?
- Pro interior do meu avô..
Ainda tá longe, longe...
ele me pergunta apreensivo:
- E você vai comer o que lá Milinha?
- Eu aprendi a fazer caldo galego vô.
- E tem tortilha de batatas.
- Vô, voce lembra daquela vez que me disse o quanto era mais fácil rir do que chorar?
- Lembro não, filha, lembro não. Mas lembro que voce gritava na roda gigante: Medo não existe! Medo não existe! Era tão pequeninha... com aquele cabelo de ninho de moribundo... E eu tremendo de medo segurando sua mãozinha.
- E uma goiabada
- Trás um bolo de rolo
- Trás uma marmelada
- Não tem essas coisas lá não...
- E tem o que?
- Só lembro mesmo da cereja e dos morangos. Mas deve ter algum doce. Eu trago o que tiver.
- Onde é mesmo que você vai? E fica onde?
- Pro interior do meu avô..
Ainda tá longe, longe...
ele me pergunta apreensivo:
- E você vai comer o que lá Milinha?
- Eu aprendi a fazer caldo galego vô.
- E tem tortilha de batatas.
- Vô, voce lembra daquela vez que me disse o quanto era mais fácil rir do que chorar?
- Lembro não, filha, lembro não. Mas lembro que voce gritava na roda gigante: Medo não existe! Medo não existe! Era tão pequeninha... com aquele cabelo de ninho de moribundo... E eu tremendo de medo segurando sua mãozinha.
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