terça-feira, 24 de maio de 2011

porque eram seis e meia da noite
anoiteceu
mas apenas porque era Bahia
se fosse em Barcelona levaria até mais tarde
até as nove quem sabe, um pouco antes ou depois
porque era,
seis amanheceu
mas pareceu noitinha
aquele dia sem sol
aquele dia sem nada
aquele dia de um barquinho perto do farol
e porque são, nem sem que horas,
me bate esse vazio doce
gosto de chocolate na lingua
essa vontade súbita de ir a esquina
e gritas para as borboletas
venham fazer festa
venham que maio se encerra
venham que maio se fecha.
e eu que nem sei as horas...

quarta-feira, 18 de maio de 2011

o meu eu lírico não é lírico
ele é íntimo
ele é onírico
o meu leitor suposto sou eu
e volto logo
e volto logo
e volto logo
para onde?